Só acredito vendo, ou se tiver muita certeza.
Meu presidente, e ídolo, Roberto Dinamite, durante uma palestra no Rio, declarou em bom português: Juninho vai voltar.
Foguetes! Alvíssaras, o Rei retornará!
Calma, gente, não é bem assim.
Juninho sempre se destacou dentro e fora de campo.
Difícil achar alguém que tenha tanta personalidade com a bola nos pés, cabeça de pé procurando o alvo do passe certo, chuta faltas como poucos da minha época chutam e, principalmente, fala e se expressa com firmeza e clareza, nunca temendo ser mal interpretado, pois sabe o que diz.
Foi embora do Vasco graças à truculência do ex-ditador, cujo nome não escrevo aqui, que se achava no direito de proibir jogadores de darem entrevistar e exporem suas opiniões.
Juninho fez gol na final do Brasileiro de 2000, saiu do vestiário de banho tomado e disse: "Estou fora do meu ambiente de trabalho, sou um cidadão consciente e falo com quem bem entender".
Ponto.
Declarou posteriormente que não voltaria ao clube enquanto aquela corja estivesse lá.
A corja saiu, os maus tempos não.
Caímos e chamamos por ele, pedimos sua ajuda.
Ele negou, exercendo um direito profissional e de escolha: foi ficar milionário no Catar.
Ponto também.
Ouvi choradeira com e sem argumentos, xingando ou entendendo a posição do jogador.
Eu discordava da posição dele, queria que tivesse voltado, subido com o time e depois fosse santificado.
Não veio e azar o dele, e não apenas nosso.
Agora os tempos são outros, as coisas começam a melhorar: temos um time decente, com opções no banco de reservas, com entradas fixas de receitas, com 10 mil sócios em dia, fora os 50 mil portadores de títulos ou planos de fidelidade...
Podemos fornecer ao ídolo diferenciado condições de exercer seu futebol dentro de suas possibilidades etárias, se é que vocês me entendem.
Deixa o cara jogar como segundo volante e corre pro abraço.
Deixa o cara desarmar, passar a bola e cobrar as faltas.
Mas por que do título?
Presidente, pelo amor de Deus, espera o contrato ser assinado preto no branco, conte com os ovos após a galinha tê-los botado, e aí sim, faça sua campanha eleitoral pra reeleição na presidência do clube.
Deixe o Caetano dar as declarações, já que ele não é político e é mais ponderado.
VH, e vascaínos em geral, pelo amor de Deus, o Juninho Reizinho de 2011 não é aquele de 2000.
Os onze anos se passaram pra nós, vide quem vos escreve, que já não tem muito cabelo, e pra ele também.
Portanto, paciência!
Vamos deixar o cara chegar, treinar, se adequar aos treinamentos, entrar em forma e, em agosto, a gente cobra o cara.
Se não der certo, paciência também, a história e a entrega do passado não podem ser apagados.
Ao Rei o que é do Rei. Se ele vier, claro!
*Chega de falar de Vasco, cansei!
Vou sair de ver tevê...jogo do Vasco, claro!
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